terça-feira, 4 de março de 2014

Politíca- 1/ 2014 - Carmaval também é um ato político

23/02/2014 07h03 - Atualizado em 23/02/2014 07h24

'Ir às ruas dançar não deixa de ser um ato político', diz Alessandra Negrini

Atriz é pelo 2° ano rainha de bateria do Acadêmicos do Baixo Augusta.
Bloco desfila na região central de São Paulo na tarde deste domingo (23).

Lívia Machado Do G1 São Paulo
95 comentários

No que depender da atriz Alessandra Negrini, o último domingo (23) antes do carnaval será marcado por um grande ato cívico no Centro de São Paulo. Os manifestantes – ou foliões – ocuparão a Rua Augusta até a Praça Roosevelt em marcha – ou samba no pé – durante a tarde. À frente da bateria de um dos maiores blocos de São Paulo pelo segundo ano consecutivo, Negrini defende a festa como “um ato político”. E deseja que em 2014 a brincadeira reivindique “diversidade e paz.”
“Eu acho que o lema é a ocupação da rua, do espaço público, e do respeito à diversidade, na paz. Ir às ruas e dançar não deixa de ser um ato político. É um ato político de vamos ser feliz, vamos nos expressar como somos, nas nossas diferenças.”
Alessandra foi convidada pelos fundadores do Acadêmicos do Baixo Augusta, segundo ela, por ter a identidade do bloco. "Eu adoro dançar e eles sabiam disso. Sou festeira, todo show de rock eu vou. E tem a questão mais cívica do bloco, que ano passado era retomar a ocupação das ruas. Acho que o bloco tinha muito essa intenção de manter a Augusta como um lugar da rua."
Em 2013, a festa foi uma espécie de boas-vindas à paulista que, à época, recém regressava à cidade após longa temporada no Rio de Janeiro. “Fui convidada e prontamente aceitei, fiquei super feliz. Ainda mais porque eu estava acabando de chegar a São Paulo, foi um jeito simbólico de chegar à cidade”, recorda a atriz.
Durante todo o desfile, Alessandra garante que a felicidade e diversão estampadas em seu rosto não serão ficcionais. O samba no pé, porém, requer certos macetes da profissão. “Eu vou lá, o pouco que eu sambo eu sambo, levanto o braço, sorrio, sou feliz, me divirto à beça, e represento a coisa da rainha da bateria. Eu sambo um pouquinho, o suficiente para estar ali. Não tenho samba no pé, mas dou meu jeito. É um samba de atriz, tem uma interpretação", confessa.

Alessandra posa ao lado do estilista Walério Araújo, responsável pelos adereços de cabeça dos destaques do bloco (Foto: Flávio Moraes/G1)
Para a rainha, o objetivo do desfile deste domingo (23), além de celebrar a chegada do carnaval, é ocupar as ruas de forma pacífica. Em 2013, o lema clamava a retomada do espaço público em uma rua tão tradicional da cidade. Na visão da atriz, a Augusta é um catalizador de demandas da população.
“Todos nós temos orgulho da Rua Augusta. Ela é vida noturna, diurna. É um lugar de convivência pacífica. Esse ano o bloco traz muito essa coisa da convivência pacífica na ocupação da rua. É o 'Flower Power' [tema do bloco, em alusão à ideologia dos anos 60 que pregava a não-violência e o repúdio à Guerra do Vietnã]. Ano passado era uma coisa mais de guerrilha, porque estavam acabando com a diversão. Não podia mesinha [na rua], era lei do psiu, lei de não sei o quê. E um lugar vazio vira a lei da violência mesmo. Esse ano a coisa já está melhor, vamos ocupar na paz, no amor, no respeito à diversidade.”
A atriz analisa positivamente o carnaval de rua de São Paulo, que começou a ganhar força nos últimos anos com o crescimento dos blocos, e diz se emocionar com a postura dos moradores da cidade. “É uma coisa muito boa. O que eu acho bonito em São Paulo é como as pessoas conseguem ocupar o espaço público, um espaço que nem está voltado para aquilo, mas como as pessoas dão um jeito de correr pelas ruas, de fazer um esporte, ocupar o minhocão, de andar de bicicleta. Como elas subvertem o espaço de uma metrópole que é aparentemente tão opressiva. Isso me comove.”

###############################################################################

Comentários: 
Eu também acho que o carnaval pode ser um ato politico, porque ele junta muitas pessoas para o carnaval e os foliões com suas fantasias, muitas vezes nos blocos, mostram na brincadeira de rua o que eles pensam dos políticos, desejando que tenhamos um Brasil melhor.
Pelo que eu entendi do texto, a Alessandra Negrini aceitou fazer parte do bloco da Rua Augusta, porque eles querem mostrar que esta rua que tem grande importância para a cidade de São Paulo, deve ser lembrada e ter o direito de apresentar um carnaval de rua bem legal.
A paz que é o principal objetivo, já é um ato político, pois hoje em dia vemos que os  protestos que estão acontecendo, sempre tem pessoas machucadas, presas, mascarados que nem sabemos se são bandidos ou pessoas que somente querem protestar.
Eu desejo que este bloco possa mostrar que é possível fazer o carnaval com muita paz e respeito pelas pessoas.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário